Eduardo Galeano dizia que o futebol é a única religião do mundo que não tem ateus. Se um deus pode ser atemporal, as próximas gerações saberão quem foi Diós.
Diego Maradona, o maior personagem da história do futebol. Para alguns, inclusive, o maior jogador de todos os tempos.
Eu cresci vendo Romário. Lembro do caminhar dele em uma cobrança de pênalti e tentava imitá-lo. Alguns da minha geração tiveram isso com o Ronaldo. A geração do meu pai foi mais privilegiada, assistiu gênios como Zico e Sócrates. Gênio é Gênio e Deus é Deus. Deus, só teve um: Diego Armando Maradona.
“Ele foi inigualável”, disse meu pai na tarde de hoje ao comentar a última partida de Diego.
Apesar de ser péssimo com despedidas, fiz questão de registrar esse dia e faço questão de finalizar com o comentário do gigante professor Luiz Antônio Simas:
“O que temos na frente do ‘Coloso del Parque’é um despacho arriado para a mais nova entidade do povo de rua que, em breve, baixará nos terreiros da Bacia do Prata gargalhando, fumando charuto, riscando pemba, cuspindo marafo e mandando brasa na fundanga, ao lado da pombagira Evita Péron e de Seu Gauchito Gil.
A ‘exuzização’ de Dom Diego, com La Mano de Dios segurando o tridente, é irreversível.
O mundo é mágico e a gente morre, já disse Guimarães Rosa, só pra provar que viveu.